terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pausa mental...momentos de transe!

Algo normal na mente de um HiperCognitivo são os momentos de transe, algo como uma (aparente) pausa mental, em que parecemos estar olhando para o nada, ao passo que nossos olhos demonstram situação de caos mental, diria até uma epilepsia cognitiva...sim, coisa estranha, mas parece ser a metáfora mais adequada ao caso!

Isso me lembra o filme "Tempo de Despertar" (Awakenings, 1990), filme genial com Robert De Niro e Robin Williams, onde diversos pacientes sofrem de algum tipo de "catalepsia" (a palavra brotou em minha mente, não sei se é a adequada...), onde alguma disfunção neurológica fazia com que ficassem imóveis em 99% do tempo, havendo apenas pequenas e rápidas movimentações, quase que reflexos, em situações muito específicas. Sem saber o que fazer, o novo médico encarregado, em determinado momento, tem uma idéia: e se os pacientes sofressem de algo análogo a uma epilepsia, mas uma tão forte e rápida que o movimento (em tese) fosse tão exagerado que apareceria como imobilidade aos olhos?! Como quando olhamos para um ventilador, por exemplo, e de tão rápido que as pás se movem, parecem imóveis, ou movendo-se lentamente.


Bom, com um HiperCog acontece algo semelhante! Há momentos em que nossos cérebros estão tão carregados de pensamentos, que parece que estamos quase imóveis, mesmo quando nossos olhos, ou expressões, nos traem, indicando que existe um furacão em nossas mentes. Mas, são pensamentos tão diversos, rápidos, colidindo uns nos outros, como um enxame enlouquecido de abelhas dentro da cabeça...é impossível expressarmos em palavras, ou mesmo para nós mesmos...qualquer leve movimento, e o castelo de cartas se rui, desaba, e não sabemos onde paramos, nem para onde vamos.

Tentar descrever essa situação é praticamente impossível, pois a bagunça de idéias é interna, e parar para tentar expressar esse turbilhão é focar em algo, e barrar o fluxo de cognições. Talvez por isso alguns posts (ou a maioria) pareçam um pouco desconexos aqui, às vezes repetitivos, pois o ato de concentrarmo-nos, digitar, focar os olhos na tela é uma interrupção do fluxo...

Engraçado é que, psiquicamente (e já devo estar falando bobagens aqui, escrevendo qualquer palavra que vem à mente apenas para continuar logo com o texto), uma idéia choca-se a outra, e o choque gera o dobro das idéias originais, seguindo, assim, em progressão geométrica...

As idéias, pensamentos, insights, impressões...passam de estado metafísico para físico para existencial para moral para antropológico para espiritual, etc., etc., etc. Vão e voltam, e o círculo nunca se encerra! Porquê para cada idéia há uma "contra-idéia", ou uma idéia complementar, ou paralela, ou paradoxal, ou dialética...

Brain Storm
Se eu pensar, por exemplo, como o faço às vezes, sobre a existência ou não de uma força maior, que alguns chamam de Deus, sou obrigado a pensar se há, de fato, uma "razão" mesmo de existirmos, ou não, e se somos fruto de um "plano maior", ou se apenas resultado de uma simples coincidência, ou fatalidade, da existência, ou do Universo, etc. Mas, se assumir a hipótese de qualquer um dos lados estar correta, há diversas outras conexões que surgem em cada uma das pontas.

Supondo que não passamos de mera casualidade da existência, ou seja, apenas existimos, então logo temos de pensar sobre os conceitos que regem a vida do "Homem", coisas como moral, propósito, certo e errado...se existem essas coisas, se elas valem de algo, ou se deveríamos simplesmente existir e seguir aquilo que parecer mais apropriado, e assim por diante. Os desdobramentos são exponenciais, cada elemento gerando "dezenas" de outros... Etcs infinitos!

E, se assumir a hipótese de uma criação proposital do Universo, as reflexões não são menores, pois deve-se pensar na compreensão possível, ou não, desse propósito...e conseguiremos, de alguma forma, entender esse propósito? Como? Afinal, é complicado tentar entender um propósito (teoricamente) de uma esfera superior à nossa, ou de esfera diferente, pois está num nível de compreensão completamente desconhecido. Etcs infinitos aqui tbm...

Mais Brain Storm...
Certo e errado! O que é isso? Conceitos palpáveis? Relativos? Absolutos? Existentes ou imaginários? Não há resposta que nos satisfaça, pois há milênios o ser humano debate sobre esses assuntos, cada hora dizendo uma coisa, em cada época na História assumindo valores diversos da anterior e da seguinte, dependendo de cada cultura, de cada cabeça, de cada filósofo estudioso do tema, e assim vai.

Afinal, como conjugar todas as dimensões de nossas vidas, conhecidas e desconhecidas?! O concreto, o espiritual, o mental, o real, o imaginário... Assumir a existência de um mundo concreto nos faz questionar a possibilidade de um mundo não-concreto...e o que é esse mundo "não-concreto"?! Faz parte de nosso imaginário? Existe?! Há realmente um espírito, uma alma?! Do que é feita?! Até que ponto nossas mentes são capazes de compreender aquilo que foge á nossa compreensão, se é que tal coisa existe?! Pois, filosofar sobre essas coisas é realizar uma análise "metalinguística" (por falta de melhor expressão, pois não sei se faria sentido uma "meta-análise" de um "meta-tema", etc.), e o objeto de análise analisando a si próprio parece algo não tão confiável, mas isso é tema de outros pensamentos...

(pausa pra ir buscar mais refrigerante à base de cafeína, pegar um cigarro, infelizmente, ir ao banheiro...isso sempre acaba interrompendo o fluxo de idéia, mudando o rumo das coisas...)

Mas, vale mesmo à pena ficar pensando sobre as coisas? Filosofando? Até que ponto o pensar racional é puramente racional, e não influenciado por emoções?! Pois, como humanos, e não robôs, somos feitos (até onde sabemos) de emoções e pensamentos, algo (em tese) contraditório, oposto, ou paradoxal (puxa, eu tinha um blog com esse tema, mas ficou largado...). E o que são as emoções? Simples reações químicas/hormonais de nosso corpo? Um processo mental/psíquico (Freud tinha  orgasmos mentais com esses pensamentos, com certeza...)? O quê?

Se somos "parciais" (biased, no inglês...não sei se o português deixa a expressão tão clara), então o ato de pensar, filosofar seria quase inútil? Ou entendermo-nos é válido, praticável? Porque se não fôr realizável, assim tornaria inúteis os esforços de tantos grandes pensadores na História, como Platão, Sócrates, Kierkegaard, Kant, Nietzsche (o filósofo bigodudo...e incrível, tinha esquecido o nome dele, e coloquei filósofo bigodudo no Google, e como apareceram coisas com essa simples pesquisa...hahaha), entre tantos outros nomes, conhecidos ou desconhecidos, conscientes ou não de suas filosofias, e por aí vai.

Apesar de que, às vezes, filosofia pode ser quase uma quimera, algo ilusório e absurdo, pois com alguns pressupostos pode-se criar argumentos lógicos de todos os tipos, que façam sentido ou não, afinal tratamos de assuntos sobre os quais desconhecemos, ou que são parte de simples jogos mentais... Coitado do Spock (Star Trek), ou não, que, como bom Vulcano, considerava a lógica como único caminho válido, etc.

Enfim, já passo a não mais fazer sentido, aqui, em minhas indagações e pensamentos. O texto realmente já está ficando confuso e sem propósito. Normal, é o que costuma acontecer, especialmente tão tarde da noite... Esse post faz parte de pura terapia mesmo, um texto para mim mesmo, obviamente...ou será que há mais algum doido lendo-o por aqui?! (OK, agendar consulta com psiquiatra assim que possível...mas, se não passarmos de mero acaso da existência, de que serviria um sujeito desses?! Blahtsky!)

OK, abraços! Boa Noite! Durmam com...com quem quiserem. Ou tenham um Bom Dia! Ou...whatever!
Tchau!

1 comentários:

HiperCognitivo disse...

Engraçado...as imagens, após o vídeo, foram, progressivamente, crescendo em largura...hehehe.

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