domingo, 9 de janeiro de 2011

Relacionamentos com prazo de validade, uma nova realidade

Após uma noite de conversas animadas e confidentes com um grupo de amigos numa pizzada, fiquei pensando e filosofando e cognizando sobre, novamente, a questão dos relacionamentos, etc. E, o resultado foi uma teoria de que nossa geração, ou a galera em geral vivendo nos tempos de hoje, está entrando numa de "Relacionamentos com prazo de validade"!

Pelo que tenho observado, e ouvido, por aí, a coisa toda ainda não está tão clara nem muito bem definida, ou melhor, os acordos "relacionais" entre os praticantes ainda não foram muito bem estabelecidos. Sei que muitos podem estar pensando que estou falando das tradicionais "ficadas", ou seja, de ter um "casinho" rápido com alguém que acabou de conhecer, digamos, numa balada, ou coisa assim. Ou mesmo estão pensando nos casos em que você tem um breve "affair" com alguém conhecido, e tal. Mas, não! Acho que a coisa toda evolui pra um patamar diferente, mesmo que muitos ainda não estejam cientes disso. Vai ser difícil explicar o 'lance' todo aqui, mas farei meu melhor!

Vamos às razões desse post.


Após voltar ao mundo da solteirice, precedido por um longo tempo de "enclausuramento", tenho notado, seja por experiências próprias, seja por relatos de amigos e conhecidos, e assim por diante, que encontrar o tom certo de um "relacionamento", seja ele de longo ou curto prazo, está cada vez mais difícil. Antigamente, quando você "ficava" com alguém, geralmente era um simples "ficar", ou seja, conhecer alguém numa noite, dar uns beijos (algumas pessoas até iam além...), e continuar a viver a vida normalmente, como se nada houvesse acontecido, sem telefonemas no dia seguinte, e por aí vai.

Mas, hoje em dia, tenho notado diversas pessoas entrando em relacionamentos de curto-prazo, em alguns casos, já se enquadrando na qualidade de "relacionamentos com prazo de validade" (mesmo sem perceberem isso), o que acaba por gerar grande confusão, seja para apenas uma das partes, ou para ambos.

Imaginemos que você tenha conhecido alguém, uma pessoa que faça parte de seu círculo social, ou mesmo seja um amigo (a). Então, após um breve tempo de flertes, acaba por acontecer um beijo. A cumplicidade de ambos, até então, era relativamente forte, havia sincronia de interesses, etc. E a coisa vai acontecendo...uma vez, duas vezes...Até que uma das pessoas, nesse dado "envolvimento", começa a agir de modo diferente com a outra. Começa a ter dúvidas, a evitar aquela pessoa que costumava ser um grande amigo, ou companheiro de farras. E a coisa toda fica estranha!

Muitas vezes, o que acontece é que uma das pessoas, a que começa a fugir desse relacionamento recente, sente que não quer nada sério, nada de longo prazo. Porém, essa pessoa não sabe como deixar isso claro para a outra. E, muitas vezes, a outra pessoa até toparia algo como um "relacionamento com prazo de validade", mas não sabe como abordar a outra.

Em minha opinião, acho que seria muito mais fácil para todos se houvesse aberta comunicação, franqueza e honestidade entre as partes. Seria muito mais fácil! Claro, há o medo de magoar a pessoa de quem gostamos. Também queremos manter a amizade, mesmo que o "lance" acabe. Mas, agindo de forma evasiva, isso apenas causará abalos na relação "pré-rolo" que havia.

Acredito, fortemente, e há muito tempo já, que não é apenas porque beijamos alguém, que isso automaticamente signifique um compromisso de longo-prazo, apesar de haver muita gente que ainda pense assim. Como também acredito que, mesmo um relacionamento estabelecido não precisa, obrigatoriamente, durar pra sempre. Muita gente ainda acredita que um namoro é um sinal de "proposta de amor para toda a vida", e o fim de um relacionamento geralmente provoca ressentimentos de uma das partes.

Não acredito que o ser humano tenha sido feito, obrigatoriamente, para relacionamentos eternos sempre que acontece alguma intimidade entre um casal. Isso não quer dizer que eu não acredite em relacionamentos que durem uma vida, apenas que para encontrar esse relacionamento duradouro muito provavelmente teremos de passar por vários breves relacionamentos. Isso parece óbvio, mas as pessoas (em geral) resistem à idéia, consciente ou inconscientemente.

Foi como eu disse em meu post anterior, precisa rolar o "wow factor"! E isso nem sempre acontece. Muitas vezes, gostamos de uma pessoa, sentimos atração, mas dentro de nós, sabemos que um relacionamento com essa pessoa não iria durar. Claro, o problema é saber se a outra pessoa tem a mesma consciência. Isso é que é o difícil.

Assim, pergunto: "Porquê não entrarmos numa era onde os relacionamentos com prazo de validade existam"?! Mas, falo de uma coisa combinada, aceita socialmente...um tipo de acordo, onde não haja corações partidos no final, mesmo que uma das pessoas acabe por se apegar à outra. Isso acontece bastante, mas de modo desordenado, onde uma "ficada" (que tenha acontecido apenas uma vez, ou diversas) acaba com uma das partes sumindo da vida da outra pessoa, ou dando desculpas de que não está pronta para relacionamentos ainda, e desculpas afim...

Seria muito mais fácil, logo de início, celebrar um acordo mútuo, onde estabelece-se, abertamente, que aquilo tem uma data de fim. Claro, com possibilidade de prorrogamento, caso ambos assim o desejem no momento certo (ou seja, ao fim do prazo acordado). Seria muito mais fácil para ambos! Sem desculpas esfarrapadas, sem sumiços repentinos, sem expectativas despedaçadas, sem corações partidos ao final.

Poderia até ser referido como um "namoro temporário"! Já passei por algo parecido, quando conheci uma garota que estava de férias em minha cidade, mas em um mês deveria retornar (por definitivo) à cidade dela, bem longe. Assim, resolvemos nos "classificar" como namorados temporários, e assim o admitíamos aos amigos e colegas, sem remorsos, mas agindo como "namorados" durante aquele período acordado, de forma fiel. Claro, isso é uma outra história, mas apenas quis dar um exemplo mais claro.

Enfim, como um clássico HiperCog, acredito que consegui passar apenas as linhas gerais do que queria realmente dizer, e do que estou pensando. HiperCogs têm esse problema de não conseguirem exprimir direito aquilo que pensam, devido ao imenso barulho/ruído mental das milhões de idéias e pensamentos que se agitam dentro de suas cabeças, etc.

Finalizando, é basicamente isso...uma idéia, uma proposta, uma reflexão. Talvez possa ser um monte de bobagem, mas acredito que facilitaria a vida de muita gente. Não digo apenas por mim, pois após conversas com diversos amigos, e amigas, todos deram a entender que esse tipo de linha de pensamento facilitaria muito a vida deles (as) também. 

E você?! O que acha disso tudo?! (Lembrando: ser franco e direto sobre esse tipo de assunto não é desculpa para ser grosseiro ou insensível, claro!)

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