sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Deus em Julgamento (filme)

Bom, como a maioria deve saber, sou agnóstico assumido. E, mais uma vez, devo afirmar: agnóstico NÃO é ateu! Agnóstico é aquele que afirma não dispormos de conhecimento suficientemente capaz para determinar a existência, ou a inexistência, de Deus. E há ainda vários tipos de agnóstico: estrito, empírico, apático, modelar, ignóstico, e ainda teísta, deísta, ou ateísta. Para mais informações sobre o assunto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agnosticismo

Mas, enfim, a questão aqui é sobre, ou melhor, foi gerada com base no filme produzido por Masterpiece Contemporary e PBS, chamado "God on Trial". Nesse filme, um grupo de judeus no campo de concentração de Auschwitz decide colocar no banco dos réus aquele que julgam responsável por sua situação: Deus. Afinal, sendo eles o "povo escolhido" e Deus onipotente, como poderiam estar naquela situação?!

Porém, antes de chegarmos aos vídeos (que serão incorporados abaixo), acredito que deva mencionar algumas coisas:
  • para que se possa julgar Deus, primeiro devemos assumir que "Ele" existe. E se não existir? É uma possibilidade, pelo menos para os mais racionais, não movidos em fé (ou seja, em algo que não podem ver, tocar, ou provar que existe, apenas optam por crer);
  • seria correto julgar "Algo" com base nos escritos compilados por seres humanos?! Afinal, seja qual fôr o livro religioso de que falemos, foi a mão humana que o escreveu, e não a de "Deus". A Bíblia (Novo Testamento, ao menos), por exemplo, somente foi escrita (colocada no papel) cerca de mais de um século após a morte de Jesus Cristo, ou seja, por homens que nunca sequer o viram. Se basearam completamente nas palavras de outros homens, por via "oral", e com tanto tempo de diferença entre fato e relato (escrito), muita coisa poderia ter sido alterada (mesmo que sem maldade, mesmo que inconscientemente), etc.
  • e se Deus existir, e fôr onipotente, onisciente, onipresente, como o dizem ser, seus propósitos e intenções nos fugiriam completamente à compreensão. Como querer julgar algo totalmente em outra esfera do que a nossa?!
  • e quem sabe o que é, ou como é Deus?! Damos vários nomes, formatos, características a esse ser criador do Universo. Como escolher, ou julgar qual é a versão mais correta ou adequada?
  • e porquê cada religião sempre se julga A CORRETA, aquela que deve ser seguida, em detrimento das outras? Claro, arrogância humana, pois a maioria sempre acha que está certa, e os outros todos errados. Ninguém diz "ops, minha escolha é a errada, o outro é que está certo". Ou seja, sempre puxam a "sardinha" pro seu lado.
Enfim, há diversas considerações a serem feitas. Mas, ainda assim, o filme é bastante interessante, e nos faz pensar bastante, pois trás diversos lados e facetas à discussão. Curti, me fez pensar, apesar de eu me manter agnóstico, neutro, questionador. Pois é isso que acho que devemos ter sempre dentro de nós, esse lado questionador. Questione, sempre, mesmo que opte por crer, ou não, em algo! 

Simplesmente, me recuso a discutir (no sentido de debater) com qualquer pessoa, crente ou não em Deus ou qualquer outra coisa, que somente diga "porquê está escrito", "porquê é assim", "porquê não pode ser de outro jeito", e assim por diante. Se fôr para discutir, que sejam apresentados argumentos, mesmo que estes sejam "não sei explicar bem porquê, mas acredito pois faz sentido pra mim". Pelo menos assumindo não poder provar alguma coisa, está sendo honesto e claro. E que não fiquem tentando me converter, pois se respeito a opção de crença de quem quer que seja, então também quero ser respeitado em minha escolha! Tenho lá minhas opiniões sobre o assunto, mas não é o caso de falar sobre elas nesse momento...










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